domingo, 7 de junho de 2009

Receita de Bolo de Chocolate (com segredos da vovó!)

Definitivamente, desisti de entender a mente masculina. Não tenho mais paciência, energia ou vontade para isso. Chega!!!
É completamente habitual ouvir por aí que “ah... mulher é um bicho complicado...”; e o que não percebem é que mulheres são seres essencialmente previsíveis. É como uma receita de bolo de chocolate. Pode ser uma receita russa, chinesa, brasileira ou aquelas austríacas (do século passado); o fato é que em todas elas haverá chocolate. Pode ser em pó, ralado, ao leite ou meio amargo. Mas o chocolate sempre estará lá (juntamente com leite - ou água - ovos e farinha, tornando tudo completamente comum e previsível).
Homens não. Não são como receita de bolo de chocolate. Homens nem são como receita. São como um ingrediente único, e o complemento de cada um é que torna tudo mais complicado de se entender. Então, de forma didática, diremos que homens são como peças de alcatra.
Uma peça de alcatra pode ser feita de maneiras diversas. Cozida na panela (inteira ou em pedaços), levada à chapa (em bifes) ou assada em churrasqueira (que pode ser inteira ou cortada, no carvão ou a bafo, ou até envolta em papel celofane). Seu tempero pode ser apenas sal, ou condimentos mais refinados; pode ser feita com legumes, com verduras, sem ninguém. Mas a peça de alcatra, em si, é sempre uma peça de alcatra.
Logo, homens são sempre homens. O que muda é que alguns são refinados, outros mais rústicos. Alguns são mais temperados, outros sem nem ao menos sal. Seus complementos e formas de preparo os tornam completamente complexos de serem entendidos. Eles podem ser educados ou grosseiros, xavequeiros ou tímidos, sérios ou divertidos, com ou sem compromisso. Mas, seja lá qual for o tempero, há um componente chave que nunca – nunca mesmo! – estará ausente: MEDO.
Homens têm muito medo. Quando criança, medo de ser mais fraco que o coleguinha, medo de perder no futebol... Na adolescência, medo de perder a namoradinha, medo de não passar no vestibular. Quando adulto, até medo de compromisso acontece. Mas o que mais impressiona é quando o medo é de mulher decidida e segura.
Isso porque mulheres decididas jogam limpo, dizem o que querem, fazem o que querem e não têm medo de arriscar. Vivem bem sós ou acompanhadas; vão atrás do que querem e sabem - muito bem - o que querem.
Não seria lógico que homens – fortes como dizem ser, resolvidos como pensam ser – quisessem mulheres assim? Mas homens têm medo de mulheres que jogam limpo – justamente porque eles não jogam; das que dizem o que querem – porque eles não dizem; e das que sabem bem o que querem – pois eles não têm a menor idéia do que eles querem pra almoçar, que dirá o que querem para a vida.
Outro dia, uma colega de trabalho perguntou: “e o namorado???”, e prontamente respondi “não tem namorado...”. E aí, veio a réplica “ah! Porque não quer, né?”. “Não... porque eles não querem...” (rs). “Também, assim... toda segura de si, não tem homem que agüente!”.
Pois é... Eu aqui, querendo uma alcatra que me faça feliz - seja de panela, de churrasqueira ou na chapa - e eles fugindo de um bolo de chocolate básico, talvez com algum segredinho de vovó na receita (aqueles de família, jamais revelados!); mas previsível (embora nem sempre comum), como um bom bolo de chocolate!

Obs: Alcatras queridas, candidatem-se!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O corpo, a morte leva. O nome, a obra imortaliza.

Definitivamente, lidar com a morte não é, das situações, a mais fácil do mundo. Mas tem gente que capricha nos comentários. E sendo assim, cabe a mim, comentar e analisar as reações humanas...
Lá está você. No meio de uma aula, tema livre – a definir pelo leitor – e seu telefone toca. Tenta sair discretamente da aula para atender à chamada no corredor (e só tenta, porque são nesses momentos que você tropeça na mochila do colega, derruba uma caneta e quase cai no colo do professor) e recebe uma notícia (não necessariamente bombástica): “Filha, o tio Astolfo faleceu, viu? Mais tarde a gente passa no velório”. É... Tio Astolfo era um cara legal... Merece nossa última homenagem mesmo. No mínimo, justo.
O fato é que aquela sua colega pergunta – e sempre pergunta – quem era ao telefone. E você conta. Inclusive sobre a parte do velório e a visita que ocorrerá “mais tarde”. E ela solta aquela brilhante frase: “Ai credo... não gosto de velório!!!”.
A minha resposta é sempre previsível e repetitiva: “Ah! Jura? Eu, no caso, adoro!”. É evidente que eu não adoro. Aliás, ninguém adora velório. Teria que ser uma pessoa muito fúnebre para realmente apreciar seus momentos em velórios alheios. Que graça tem? Uma pessoa morta, uma família chorando, alguns amigos saudosos, velas flores e silêncio. Não é um momento para se apreciar. Apenas uma última demonstração de respeito e consideração. Um momento para lembrar os bons frutos que foram deixados. E, como o mestre João Nogueira, pensar “o corpo, a morte leva; o nome, a obra imortaliza”. E pronto. Ali, longe, jaz...
Tio Astolfo é seu tio avô. Dizem que era 2 anos mais velho do que a informação contida em seu documento. Pela certidão de nascimento, tio Astolfo tinha 98 anos. Sempre tem aquele parente-ator que faz escândalo. Tudo bem... É um querido que se perde; mas é uma história que fica, embora sem o personagem principal. Que tio Astolfo seja feliz, já que foi dessa para melhor uma melhor... Mas, escândalos, não. Por favor, não. Penso: "o que se passa na cabeça desse ser humano? Tio Astolfo tinha – de vida – 100 anos... Realmente a morte foi injusta, ele deve ter feito alguma extravagância para ter partido assim, tão moço... "
A tristeza vem... “Só porque, é triste o fim” - já dizia o poeta Hebert Vianna. A morte é assim. Como um ponto final numa história que ainda poderia ter mais algumas reticências, meia dúzia de exclamações, e ainda – e por quê não? – umas 3 interrogações. Não agrada e nem é esperada. Mas é como (e como estou musical, hoje!) Milton Nascimento, lindamente, escreveu: “todos os dias é um vai e vem, a vida se repete na estação; tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais; tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai, quer ficar; tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar... E assim chegar e partir, são só 2 lados da mesma viagem”.
Cabe a nós, ainda na viagem: apertarmos os cintos e, firmemente, seguir pelo caminho.

Obs: firmes, e sem gafes. Por favor!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Minha visão de mundo, enquanto caneca...

(já que fiquei tanto tempo sem postar, faço justiça e publico 2 textos em um mesmo dia...rs)

Ando numa fase meio caneca da minha vida. É, isso mesmo. Caneca. Caneca é um artigo que você vê numa loja “da onda”, acha linda, mas não compra porque não tem espaço em casa, porque não está precisando no momento, ou porque achou muito cara. Até porque, caneca é sempre uma caneca, serve pra colocar uma coisa dentro e beber, tem uma alça pra segurar, mas, na falta dela (da caneca), um copo resolve bem.
Pois é mais ou menos isso. Tenho algumas coisas dentro de mim, tenho minha utilidade, mas me sinto a caneca da loja “da onda”: ou me acham cara demais, ou não estão precisando, ou estão sem espaço para mim em suas vidas. Basicamente um copo serve de substituto.
O fato é que copo* e caneca* têm a mesma função.
O copo é mais prático, acredito. Anos atrás, bastava comprar um copo de requeijão por semana e sua coleção de copos estava garantida. É fácil de limpar, não ocupa tanto espaço nos armários. Serve para a Coca-Cola, pro leite com Toddy e até para o velho cafezinho no fim da tarde, que tem toda uma graça rústica no copo.
A caneca é mais clássica, porém menos prática. Aquelas asas das canecas ocupam um certo espaço nos armários. Precisa-se de uma boa noção de quebra-cabeças para conseguir encaixá-las da melhor maneira. Essa tal asa, aba ou sei lá como preferem chamá-la, torna a limpeza levemente mais trabalhosa. Não pega bem beber Coca-Cola, dá um sabor especial ao achocolatado e torna a hora do café um momento muito fino e elegante.
Acontece que já não sei mais se prefiro copo ou caneca para mim. Só sei que as pessoas preferem os copos. São mais fáceis pra lidar. Canecas precisam de um cuidado maior, se lascam ficam com defeito, e são deixadas de lado... O copo a gente troca sem dó. Com a caneca, a gente se apega.
Não tenho copos preferidos em casa. Mas tenho uma caneca que é de estimação. Sua asa se encaixa perfeitamente na minha mão, e ela conserva a bebida em sua temperatura ideal por muito tempo. Copo não conserva temperatura. E se a bebida for quente, ainda é desconfortável segurá-lo. Você pode até se queimar.
Talvez seja isso. Talvez não estejam querendo se apegar. Talvez não estão tendo tempo para mim. Porque caneca dá trabalho, nem combina com qualquer coisa. Copo é mais fácil de garantir outro igual para substituição. Qualquer supermercado por aí pode resolver seu problema com copos. Mas canecas... Ah!... Como é difícil ser caneca. E é difícil saber cuidar de canecas.
Enquanto vivo minha fase de caneca, só digo uma coisa a vocês, práticos facilitadores de copos: cuidado, vocês podem se queimar!

*De acordo com o famoso Dicionário Michaelis...
Copo:
Pequeno vaso para beber, sem asa e de forma cilíndrica, ou alargando para as bordas.
Caneca: Recipiente com asa, que faz às vezes de copo; caneco.


Obs: reparem... canecas fazem às vezes de copo. Mas têm uma asa a mais... que o copo... ah! o copo não tem!!!

Pensou mudança, pensou Granero

Novamente – mas por um bom motivo – sinto a necessidade de falar sobre um causo masculino. Não é perseguição, de forma alguma. Eles apenas me dão motivo para isso. E muitos motivos... Às vezes, depois de um “pé”, me pergunto se a célebre frase “ah... ele não quis ficar com você porque você é muuuuita areia pro caminhãozinho dele” poderia ser real. Pois ela é mais do que real.

Dentre muitas decepções deste e outros anos, aprendi que em 95% das vezes, era ele quem não podia comigo. E a culpa de dar errado era minha por uma única razão: eu era demais pro cara. Definitivamente, ele teria que fazer pelo menos 2 viagens pra transportar toda a areia. E, sinceramente? Quero um cargueiro que dê conta de uma viagem só.

Cansei de ter que pagar frete pra ser levada. Deixo as carretinhas de transporte local apenas para a curtição eventual, agora. Antes, acharia um absurdo, prepotência demais achar que eu era muita areia. Tomei umas doses de “se-mancol” e reavaliei os fatos passados.

Houve quem não quis continuar junto porque eu ia ser médica. Agora há quem não quer porque eu sou médica... Houve quem sumiu porque eu era muito “papo cabeça” e ganhava dele nas argumentações. Houve quem não gostava de imaginar que eu iria ter um salário maior. Agora há quem não quer porque eu tenho um salário maior... Conheci também um que me achou madura demais, mesmo eu sendo 8 anos mais nova que ele. Teve até quem sumiu porque eu era muito segura e menos ansiosa do que ele e suas manias.

Depois, ainda tenho que agüentar as amigas que dizem que eu sou muito “seletiva”. Não sou eu quem seleciona demais. Eles que me selecionam de menos. O limite de carga é muito pequeno. Sabem bem o que podem e devem carregar; o que a maquinaria agüenta. Tem um pouco de senso. Bom pra eles. E pra mim.

Pois saibam desde já. Não aceito mais Kombi estilo “faz-se carretos”. Agora eu só aceito fechar contrato com Granero ou afins. E por favor, cuidado com a mercadoria: conteúdo frágil. E os danos podem ser irreparáveis!

Obs: tragam plástico bolha porque eu gosto de estourar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nada além da verdade

Ultimamente ando pensando em como as pessoas se incomodam com a verdade. Acho que por essa razão que, uns 15 anos atrás, fiquei encantada com um texto do Walcyr Carrasco, chamado “Delírios de Honestidade”. De forma exagerada, ele dá uma meia dúzia de exemplos de situação em que a verdade prevaleceria. Vendedores de roupa criticando uma das peças para o cliente, cirurgião plástico revelando que não conseguiria fazer milagres com a falta de beleza da paciente e assim seguia.
Em geral, aquele que é verdadeiro fica comumente rotulado de grosso. Ou estúpido, seco, arrogante. Mas ele é simplesmente verdadeiro. Realmente é difícil ouvir verdades, mas dizer também o é. Mas, o fato é que: dizer verdades alivia a alma, te coloca no eixo e pode render um pouco de risadas também. Desde criança fui verdadeira – até demais. Mas agora, com 24 anos, ando um poço de sinceridade. E meus amigos – que amo demais – sabem disso e já nem se incomodam. Já aprenderam a apreciar minha sinceridade exagerada.
Um tempo atrás, uma amiga (iremos chamá-la aqui de Clotilde – já que é para não falar quem é, usarei então nomes alternativos para tornar mais bizarra a citação) cortou uma franja. Clotilde é uma bela garota; loira, alta e de olhos azuis.* Mulherão mesmo. Pelo shopping, a encontrei. Com a tal franja. Sabe, deveria ser decretada uma lei em que franjas retas na altura das sobrancelhas seriam autorizadas apenas para a seguinte faixa etária: de 1 a 5 anos. Após este período (de 5 anos e 1 dia até 115 anos) franjas assim só tem uma função, que é tornar a pessoa ridiculamente imbecil. E começamos a conversar. Mas era inevitável, meu olhar seguia aquilo que mais chamava a minha atenção (que não era nem a roupa de Clotilde, nem os olhos, nem o moreno lindo que passava – ou não – atrás de mim), ou seja, a franja. Assim sendo... “Você não pára de olhar pra minha franja! O que você achou, não gostou?”. “Na verdade a única coisa que passou pela minha cabeça, neste momento, foi ‘ainda bem que cabelo cresce’...”. Clotilde, grande e velha amiga, riu. Já me conhece. E nunca mais cortou a franja assim (Ufa! Doutrinei uma pessoa!).
As pessoas não gostam da verdade, esse é o problema. Justamente porque, em geral, elas conhecem a verdade. Só não aceitam. Ou vocês realmente acreditam que Clotilde gostou da franja? Não gostou; se gostasse, iria manter o corte.
Sempre fui de falar o que eu achava. Se não pudesse, aí não falava absolutamente nada. E mais, depois que descobri como me faz bem falar o que me incomoda... Ah... Virei franca-atiradora de verdades!
Dói? Fere? Machuca? Naaaaaada... Aprendam que, nesta vida, podemos doutrinar pessoas! E fazer com que o mundo tenha mais pessoas de bom senso. Até porque, bom senso é fundamental!

*Adoraria ser loira de olhos azuis (mas já me conformei – e me adoro! – morena, alta e de olho castanho-escuro [e não menos mulherão por isso...])!!!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Te desejo sorte!

Sempre fui rotulada pelos meus afins de “irritada”, “brava” ou qualquer outra palavra que me definisse como uma pessoa estressada e intolerante. E sempre dei um jeito de fugir desse rótulo.
Agora, definitivamente, assumi o rótulo.
Assumo e explico o porquê: eu não suporto gente burra!!!
Pensem o que quiser, mas é isso. Preto no branco. Não suporto gente burra. Acontece que tem gente espalhada pelo mundo que faz questão de ser imbecil. Sendo assim, faço questão de ser irritada.
O comércio é um dos setores deste nosso Brasil varonil que mais me proporciona exemplos.
Vejam só:

1 - Você entra numa loja. Passou previamente pela vitrine e viu uma bela camisa. Pensa: “Puxa, um bom presente para a tia Cotinha, o aniversário dela é em alguns dias... quem sabe não encontro do tamanho dela?”. E entra. Assim, inocentemente. E começa a peleja. “Posso ajudar?”. Nessa hora eu penso – e só penso, juro – “pode sim... estou com uns problemas em casa... vamos conversar?”. Mas, respondo: “Aquela camisa... você tem G?”. Aí, começa a complicar: “Pra quem que é?”. Na verdade, não faz a mínima diferença pra quem é, até porque, a infeliz da atendente não conhece a tia Cotinha, e mesmo que conhecesse, quem está dando o presente sou eu! Mas, ainda mantenho a classe. “É presente”. “Ah”.
* Acho que há uns 7 anos, em uma loja, depois da célebre “pra quem que é?” eu respondi “pra minha tia, conhece?”. Acredito que a menina nunca mais tenha perguntado isso para ninguém.

2 – Você entra numa loja. Outra, não a mesma da tia Cotinha. Passou – também – previamente pela vitrine e gostou do jeans exposto. Entra e, da mesma forma inocente, questiona. “Esta calça... você tem 44?”. “Ah... mas você usa 38!”. “Não, é 44. Eu me conheço. Juro”. “Imagina! Você é magra!”. Penso – e só penso – “quem disse que quem usa 44 é gorda, sua vaca?”. “Por favor, 44”.
* Uma vez eu falei: “Ok, traz a 38, mas se rasgar não aceito cobrança”. Ela me trouxe a 44.


3 – Loja de sapato... Ah... Ai começa a festa do caqui. Você olha uma bota. Marrom. Salto alto. Bico fino. “Aquela bota... sabe? (você aponta). Tem 39?”. “Só um minutinho!”. Três horas e meia depois... “Olha só... aquela bota eu não achei, mas achei essa sandália vermelha com detalhes em amarelo, 38, mas a forma é grande! E está super em conta”. Sabe... Nesses momentos eu evito responder até um “não quero”, porque tenho medo de agredir a atendente. Para começar, não quero nada super em conta, muito menos a merda da sandália.

4 – À procura de uma camisetinha básica, entro calmamente em uma loja. E descrevo: “Oi... é, tem umas blusinhas de cotton, da Malwee, de gola careca, você tem preta, M?” (Reparem que eu defini material, marca, modelo da gola, cor e tamanho, fácil assim. São necessário 2 neurônios. O de receber a mensagem e o de preparar a resposta.). Eis que o quadrúpede que me atendia falou “Temos sim” e mostrou uma cacharrel de lã. Tamanho P. Cor púrpura. E não era da Malwee.

Pois são por cretinices assim que me descontrolo. Porque eu faço solicitações simples e alguns seres (não humanos) não sabem agir de forma adequada.
É simples assim: Se eu for comprar um presente, não interessa a você, sr. Vendedor, saber pra quem é. Se eu quero usar uma roupa 44, se vai ficar larga ou feia, o problema é meu. Se eu peço uma bota marrom, é porque tenho frio nos pés e preciso de um sapato marrom, e não uma sandália vermelha e menor que meus pés. E ainda, se peço uma blusa X, não seria mais fácil falar que não tem a mostrar uma polaina verde?

Depois, quando eu chego na farmácia e o caixa me fala, felicíssimo “Oi! Tudo bem?!?” e eu penso “Primeiro, você não é meu amigo, logo, sem conversas. Segundo, estou na farmácia, portanto, nada bem. Cobra logo e abraço.” – embora não fale – e sou seca, as pessoas me acham grossa.

Mas é que existem situações óbvias que merecem resoluções óbvias. Fora disso, não há salvação.
Por isso, digo (plagiando a conhecida de uma amiga):
"Sim, eu sou grossa. Mas, tem gente que dá sorte. "

segunda-feira, 11 de maio de 2009

PROCURA-SE

Procura-se homem sincero, agradável e bom de papo. Que seja inteligente – ou ao menos culto – e tenha assunto para mais do que 30min de conversa. Um desses que goste de ler e que – pelo amor de Deus – não tenha no seu perfil de Orkut, a seguinte preferência literária “os com poucas páginas”.
Que aprecie boa música e esqueça todos os barulhos pouco melodiosos do mundo. Não precisa conhecer toda a discografia do Chico Buarque, nem ouvir Pavarotti no carro – definitivamente não... – mas que saiba ao menos que samba é diferente e muito mais elegante que pagode, que MPB é muito mais do que Gal e Bethânia, e que Toquinho não canta apenas “numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo”.
Não precisa de muita coisa, além de ter a capacidade de me fazer sorrir. E gargalhar também. Pode me provocar um pouquinho de ansiedade antes de encontrá-lo, mas nada muito angustiante, pois faz perder a graça (e, homens... vocês têm o dom para isso... incrível!).
Não precisa ser rico. Nem ter o carro do ano. Mas seria mais elegante se ele pagasse minha comanda no bar, ou um jantar num sábado à noite, só para mostrar que pode cuidar de mim. Nem que seja um café com leite da padoca da esquina. Nem que me busque em casa (a pé mesmo...) e mostre que está lá pra me proteger.
Gostaria também que ele ligasse quando prometesse. Que comparecesse aos lugares quando combinasse. E que, eventualmente, ligasse sem prometer, e aparecesse sem combinar. Só para me surpreender.
Pode usar terno e gravata, tênis e jeans, e inclusive, aprecio aqueles que gostam de all star.
Pode gostar de futebol, jogar sinuca com os amigos e ver a final do campeonato no bar com a galera. Mas não tenho aptidão pra cuidar de bêbado em casa e nem tratar com carinho se chegar apresentando náuseas e vômito. Oriento um plasil, e sucesso.
Não exijo mais “loiro, alto e de olhos azuis – ou verdes”. Apresentável e convencional. De nome conhecido e família tradicional (este último quesito, nunca fiz questão... nunca mesmo). Dispenso o carro do ano, e fico feliz até mesmo com um Uno.
Mas só queria alguém que me fizesse rir – e muito! Que gostasse de me ouvir. E gostasse de me fazer ouvir. Um desses que, ao meu lado, tornasse o tempo infinito e mais bonito.
Que fosse diferente e fizesse a diferença. Que me proteja e permita ser protegido.
Que eu goste e que goste de mim.

Garanto boa recompensa.

Entre em contato assim que encontrar.

Grata