quinta-feira, 14 de maio de 2009

Te desejo sorte!

Sempre fui rotulada pelos meus afins de “irritada”, “brava” ou qualquer outra palavra que me definisse como uma pessoa estressada e intolerante. E sempre dei um jeito de fugir desse rótulo.
Agora, definitivamente, assumi o rótulo.
Assumo e explico o porquê: eu não suporto gente burra!!!
Pensem o que quiser, mas é isso. Preto no branco. Não suporto gente burra. Acontece que tem gente espalhada pelo mundo que faz questão de ser imbecil. Sendo assim, faço questão de ser irritada.
O comércio é um dos setores deste nosso Brasil varonil que mais me proporciona exemplos.
Vejam só:

1 - Você entra numa loja. Passou previamente pela vitrine e viu uma bela camisa. Pensa: “Puxa, um bom presente para a tia Cotinha, o aniversário dela é em alguns dias... quem sabe não encontro do tamanho dela?”. E entra. Assim, inocentemente. E começa a peleja. “Posso ajudar?”. Nessa hora eu penso – e só penso, juro – “pode sim... estou com uns problemas em casa... vamos conversar?”. Mas, respondo: “Aquela camisa... você tem G?”. Aí, começa a complicar: “Pra quem que é?”. Na verdade, não faz a mínima diferença pra quem é, até porque, a infeliz da atendente não conhece a tia Cotinha, e mesmo que conhecesse, quem está dando o presente sou eu! Mas, ainda mantenho a classe. “É presente”. “Ah”.
* Acho que há uns 7 anos, em uma loja, depois da célebre “pra quem que é?” eu respondi “pra minha tia, conhece?”. Acredito que a menina nunca mais tenha perguntado isso para ninguém.

2 – Você entra numa loja. Outra, não a mesma da tia Cotinha. Passou – também – previamente pela vitrine e gostou do jeans exposto. Entra e, da mesma forma inocente, questiona. “Esta calça... você tem 44?”. “Ah... mas você usa 38!”. “Não, é 44. Eu me conheço. Juro”. “Imagina! Você é magra!”. Penso – e só penso – “quem disse que quem usa 44 é gorda, sua vaca?”. “Por favor, 44”.
* Uma vez eu falei: “Ok, traz a 38, mas se rasgar não aceito cobrança”. Ela me trouxe a 44.


3 – Loja de sapato... Ah... Ai começa a festa do caqui. Você olha uma bota. Marrom. Salto alto. Bico fino. “Aquela bota... sabe? (você aponta). Tem 39?”. “Só um minutinho!”. Três horas e meia depois... “Olha só... aquela bota eu não achei, mas achei essa sandália vermelha com detalhes em amarelo, 38, mas a forma é grande! E está super em conta”. Sabe... Nesses momentos eu evito responder até um “não quero”, porque tenho medo de agredir a atendente. Para começar, não quero nada super em conta, muito menos a merda da sandália.

4 – À procura de uma camisetinha básica, entro calmamente em uma loja. E descrevo: “Oi... é, tem umas blusinhas de cotton, da Malwee, de gola careca, você tem preta, M?” (Reparem que eu defini material, marca, modelo da gola, cor e tamanho, fácil assim. São necessário 2 neurônios. O de receber a mensagem e o de preparar a resposta.). Eis que o quadrúpede que me atendia falou “Temos sim” e mostrou uma cacharrel de lã. Tamanho P. Cor púrpura. E não era da Malwee.

Pois são por cretinices assim que me descontrolo. Porque eu faço solicitações simples e alguns seres (não humanos) não sabem agir de forma adequada.
É simples assim: Se eu for comprar um presente, não interessa a você, sr. Vendedor, saber pra quem é. Se eu quero usar uma roupa 44, se vai ficar larga ou feia, o problema é meu. Se eu peço uma bota marrom, é porque tenho frio nos pés e preciso de um sapato marrom, e não uma sandália vermelha e menor que meus pés. E ainda, se peço uma blusa X, não seria mais fácil falar que não tem a mostrar uma polaina verde?

Depois, quando eu chego na farmácia e o caixa me fala, felicíssimo “Oi! Tudo bem?!?” e eu penso “Primeiro, você não é meu amigo, logo, sem conversas. Segundo, estou na farmácia, portanto, nada bem. Cobra logo e abraço.” – embora não fale – e sou seca, as pessoas me acham grossa.

Mas é que existem situações óbvias que merecem resoluções óbvias. Fora disso, não há salvação.
Por isso, digo (plagiando a conhecida de uma amiga):
"Sim, eu sou grossa. Mas, tem gente que dá sorte. "

4 comentários:

  1. Vi uma piadinha estes dias, adorei e achei muito real. Quando o vendedor te perguntar "posso ajudar", responda: "claro, vc pode morrer?"...Ai, é maldade, né? mas eles fazem pós graduação em chatice...E ser educada, caaaaansa...Beijos!!!

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  2. Adoooooro! É algo como "posso ajudar?". "Pode sim... morrendo!" rs

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  3. Leitura deliciosa e critica de classe. Tamanha é a sua aptidão para cutucar os outros sobre essas situações do cotidiano que pode levar o sujeito à insanidade de tão frequentes que são. Esse texto foi como perceber a possibilidade de respirar apenas depois de sentir um aroma diferenciado. No entanto, ao terminar o texto tive a impressão de ler o manifesto das patricinhas. A senhorita anda muito consumista para se irritar com tais situações, não acha?

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  4. Vai se irritar na JP então! Posso provar? Não!!! Vendedoras vacas! Morram no vestido!

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